terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nada tinha a mesma forma!


Nada tinha a mesma forma de antigamente. Pouca coisa tinha identidade com um passado nem tão passado assim. Estava tudo fora do lugar, mas organizado. Era tudo velho e novo! Até o jeito de olhar no espelho tinha mudado. Era como se enxergasse tudo com mais profundidade e leveza. As flores mudaram de cor, as roupas ganharam novos cortes e recortes, os filmes tinham outros fins e as músicas estranhas e hamoniosas melodias. Os lugares na mesa de jantar deixaram de ser fixos. Cada qual decidia onde queria se sentar para fazer a refeição. Não era mais este e aquele lado da cama, mas sim o meio dela. Entrava luz, perfume, paz. A felicidade ou a tristeza podiam ser sentidas e demonstradas, as fraquezas eram enfrentadas sem medo, críticas e desavenças. Os brinquedos ganharam liberdade e podiam ser esquecidos na sala, assim como os sapatos no corredor. Começava ali uma ida e vinda diferente e um caminho repleto de vontade própria.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ruptura






E a mãe disse pra filha: Eu não estou triste mesmo! Você fez a sua escolha e tem hora é que tem mais é que sair de casa, pois vocês vão ficando mais velhos e ninguém passa a se entender dentro de casa. (conversas que escuto por aí nas ruas)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Caos Natalino


O que era para ser um período de harmonia e paz vira um verdadeiro inferno. De que adianta as ruas todas enfeitadas iluminadas, belas mensagens se as pessoas parecem enlouquecidas e com um só objetivo: COMPRAR! Eu não sou hipócrita e assumo que também gosto de dar e receber presentes, mas tudo tem um limite e isso não faz com que eu saia pelas ruas da cidade desrespeitando os outros, dirigindo feito louca e brigando em lojas por uma única peça disponível. É insuportável como as ruas ficam lotadas, o trânsito piora muito, fica impossível pegar um táxi, cumprir horários e andar por aí todo final de ano. Sem falar naquelas pessoas que ficam insistentemente marcando confraternizações e tentando reunir pessoas que no restante do ano nem sequer se lembram umas das outras.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Tempestade

É tudo remendado, no susto. Nada tem começo, meio e fim. Do dia pra noite o que era já não é mais. O errado fica certo e o certo fica errado. Falta foco, centro. Tem muito debate e embate. Muitos a palpitar. Ninguém quer empatar, mas sempre ganhar. Confusão, desespero, tiros sem direção. Parece uma tempestade sem dia e hora para acabar.

domingo, 22 de novembro de 2009

Mudança!

De um lado do rio a terra é seca e árida. Do outro é verdejante e gradativamente iluminada pelo sol que surge no horizonte. Sol este que anuncia um futuro inocente e repleto de uma confiança infantil que nos faz lidar melhor com o processo de luto e enxergar a mudança como algo positivo e instigante.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Hoje eu quero um ofurô de cerveja

Hoje eu quero um ofurô de cerveja. Quero nadar neste líquido borbulhante que acalma e faz rir. Quero com colarinho para deixar o visual ainda mais convidativo ao banho. Quero ser servida de picanha fatiada na chapa, aquela que o cheiro impregna em tudo e em todos. Quero comer sem peso na consciência e esquecer das calorias que acompanham este prazer. Quero o papo de boteco, sem interesse, despojado, com gargalhadas e sem hora pra acabar. Quero dormir um sono pesado sem me preocupar com o dia de amanhã. Esquecer o despertador. E quando acordar, sem pressa, quero dar de cara com um dia ensolarado na praia!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sobreposto


Esse texto lindo que está logo abaixo é de autoria da minha querida amiga, Fabiana Trebilcock. Amiga que espalha por aí magia e palavras doces. Eu também quero sapatilhas de bailarina para não acordar os incrédulos de plantão!

Amei a colaboração!


Me empresta sua varinha de condão? Hoje eu quero sair por aí brincando de pirlimpimpim. Quero me jogar no vento e pedir para ele me levar onde posso ter o poder de mudar. Transformar choro em riso, levar a esperança onde ela se perdeu em labirintos de tons escuros. Nem que eu para isso precise encontrá-la em mim mesma. Se o resultado do esforço puder ser dividido eu me sacudo com gosto. Me viro de ponta cabeça como uma bolsa a procura da última moeda.


Me empresta sua cartola? Dela quero tirar raios de luz branda e deixar os coelhos dormindo em paz. Quero acabar com esse breu que tem se espalhado por aí, que tanto faz mal aos corações ávidos por sentimentos cor de rosa. Prometo que se me sobrar tempo te ensino alguns truques do meu passado.


Hoje quero me acreditar fada. Quero me despir dessa armadura, ela tem me pesado deveras. Me empresta aquele vestido lilás? Ah, também quero sapatilhas de bailarina. Elas serão úteis para que eu invada os sonhos e os traga até a realidade na ponta dos pés. Para não acordar os incrédulos, sempre alertas. De forma a não incomodá-los, sussurrarei palavras doces nos ouvidos merecidos, enquanto olhos fechados desenharão em cores mágicas as histórias que contarei.


Me devolve a minha paz, por favor? Preciso dela para dormir essa noite!!!


Fabiana Trebilcock


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Serenidade

Serenidade - sinônimo de amenidade, brandura, doçura, fleuma, mansidão, mansuetude, placabilidade, quietude e suavidade - é adjetivo para poucos. Para quem consegue transmitir paz com o olhar, com movimentos e com a voz. Hoje em dia tenho dado cada vez mais valor a essa característica, pois com tanta loucura, sábio é quem consegue manter o equilíbrio.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O outro lado


Havia algo de estranho naquela sensação. Ele tinha a impressão de estar flutuando e sem os movimentos. Se via deitado na cama e pensou: Calma! Deve ser mais um dos sonhos em que não consigo me mexer e gritar. Estava consciente, mas sem os movimentos do corpo. Nem os olhos sequer viravam de um lado para o outro. A respiração ofegante atrapalhava o retorno. Começou inspirar e expirar profundamente e nem isso colaborava para que ele voltasse. Será que estava morto? Esta ideia lhe passou pela cabeça e o fez sentir arrepios e o tal do frio na espinha que dizem sentir as pessoas que estão próximas da morte. Mas será que esse arrepio significava que já estava morto? Como saber? Se lembrou de todas as atividades do dia com detalhes, o café da manhã no refeitório da empresa que trabalhava, do almoço chato com clientes que por horas a fio discutiam assuntos sem importância sem chegar a lugar nenhum, da chegada em casa, de brincar com o cachorro, abrir correspondências, tomar uma dose de vodka, preparar um macarrão com queijo, comer e dormir. Não se sentiu mal, não bebeu além da conta e há alguns dias tinha pegado os resultados dos exames realizados anualmente e que para sua surpresa não apresentavam nada de anormal. Lembrar disso o aliviou e o fez tentar voltar para o seu corpo. Se debateu, fez força, tentou gritar e nada.... Com 39 anos, solteiro, boa aparência, bom emprego, não lhe parecia pertinente morrer logo agora. Lembrou da garota do fórum que paquerava. Mais alguns dias e estava certo que ela estaria ali naquela mesma cama em que tentava retomar o seu corpo. Mais algumas tentativas sem sucesso ele resolveu se locomover para o lado oposto da cama e conseguiu. Sentiu-se leve e com certo poder, o de voar, afinal sonhava com isso desde criança quando costumava pegar impulso em diversas superfícies para se imaginar voando. Era um sonho de criança que se concretizava. Por alguns instantes se conformou com a morte. Afinal, não teria mais que voltar ao trabalho chato que desenvolvia, nem se preocupar com a dívida do carro, com a hipoteca da casa, ler todos os dias os jornais para se mostrar informado e etc. Sentiu alívio, a sua única preocupação era o cachorro. Quem cuidaria do seu único amigo em vida? Certamente alguém arrumaria um dono para ele, assim esperava. Mas o que faria agora? Para onde iria? Os falecidos parentes não estavam lá para recebê-lo, nem nenhuma luz maravilhosa para que ele se guiasse. Então, resolveu que ficaria ali na sua casa por mais algum tempo e talvez ao amanhecer sairia para tomar um ar. Ar? Que ar? Não tinha sensibilidade alguma só mesmo a consciência.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Caminho

Sem saída ela olhava para os lados e se perguntava: E agora? Com pés descalços, muita bagagem nas costas e sem direção. Amigos? Poucos! Ideias muitas. O caminho era longo e bonito, porém, desgastante. Cheio de relevos! Era isso que a cansava e lhe tirava o fôlego. Quando conseguia respirar com tranqüilidade apareciam situações de risco. Os que estavam em volta, exceto os amigos, nem se importavam. Ajudar jamais, tolerar os passos lentos de um dia turbulento nem pensar. De um jeito só dela ela seguia. Algumas vezes animada chegava a fazer o traçado em seus planos para dois ou três dias. Em compensação em outros, não queria andar, ou melhor, não conseguia. A vida dela era assim. O bom mesmo era o riso. Ah! Não tinha igual. Não importava o trecho, plano ou arenoso, as brincadeiras estavam lá. Bem da verdade acho que ainda estão.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Pra resolver

Cabe quase tudo ali dentro e nunca é fácil achar o que se precisa. Apesar de ser possível manter certa distância, vira e mexe estou lá vasculhando, tentando encontrar soluções, fazendo conexões, pensando possibilidades. O que me conforta é a possibilidade de poder, de vez quando, fechar e não mais abrir até que eu tenha vontade. A vantagem são os diversos compartimentos existentes. Alguns podem ser trancados com chave, nestes coloco o que dificilmente quero voltar a encontrar e, às vezes, jogo até a chave fora. Outros fecho apenas o zíper - são os que não estão ali na minha frente, mas quando a saudade aparece estão ao meu alcance. Tem também aqueles que não quero parar de ver. Ah esses sim deixo espalhados, esparramados, até um pouco bagunçados. O acesso é livre, todos podem enxergar, perguntar sobre, opinar e, quem sabe, deixar algo que agregue e eu possa guardar, ou melhor, largar próximo dos "pertences" que não quero deixar num canto qualquer.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pra ela

Ela tem cabelos longos até a cintura, silhueta magra, curvada e repleta de marcas do tempo. Passa horas de seu dia sentada na varanda de sua humilde casa, em uma cadeira de balanço posicionada de forma estratégica com vista para o horizonte e inclinada para até onde o campo de sua visão alcance o povoado que logo ali foi se formando. Balbucia poucas palavras, os movimentos são lentos e raros. De vez em quando é vista folheando um álbum de fotografias, acariciando seu gato ou levantando para arrumar a cinta de sua saia. Dizem que sua casa guarda segredos e lembranças de um passado que até ela se pudesse esqueceria. Ninguém sabe de onde veio e nem para onde vai. Tem dias que desaparece e muitos chegam a pensar que ela morreu sozinha dentro de sua própria casa esperando algo que não chegou. Então ela aparece sentada no mesmo lugar do mesmo jeito como se nunca tivesse saído.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pra lembrar

Passeando pelos blogs resolsovi hoje dar um pulo no da minha querida amiga e irmã Ana Paula Teixeira http://www.apteixeira79.blogspot.com/ que há mais de um ano não publica seus textos. Uma pena! Adoro suas reflexões, textos, poesias e homenagens. Nesse passeio encontrei um comentário meu feito no dia 06 de dezembro de 2007 e decidi postar aqui. Quem sabe assim ela volte a nos deixar suas reflexões, ideais e fotos


"Hj li não lembro onde que o melhor é sempre o segundo lugar pq. qdo alcançamos o primeiro é sinal que chegamos ao topo e mtas vezes é igual a estagnação! Então, começa a descida! Já o segundo é sinônimo de que há esperança! e de que devemos continuar na busca do que queremos e desejamos. Nas cartas de taro os arcanos menores são sempre mais interessantes quando aparecem acompanhados pelo número nove. Eles sao sinais de que estamos andando, de que a vida caminha, de que fatos e surpresas estão por vir e de que há esperança, seja pra nos conhecermos melhor, pra ajudarmos alguem ou para simplesmente buscarmos algo. Para dançar, ouvir música e rir. Nós somos sempre o número Nove e eu espero que assim continuemos, pois é essa condição que nos faz pensar, pensar e pensar! que nos faz não desistir de sonhar e de buscar, buscar e questionar sempre! E mais aproveitando o presente ao máximo apesar dos pesares."

domingo, 30 de agosto de 2009

Pra continuar

A vida vive nos pregando peças e testes. A semana que passou foi uma dessas que assustam, preocupam e ao mesmo tempo mostram como a vida deve ser prezada e aproveitada. Prestar atenção nos detalhes e dar importância ao que realmente importa sempre foi o meu lema, mas acontece que o sistema acaba sem querer nos corrompendo e quando menos esperamos entramos em um círculo difícil e complicado de sair. Nos esquecendo dos amigos, adiando férias, ou seja, nos esquecendo de realmente viver...
Pra mim a vida tem muito mais cor quando vivida com leveza e com respeito ao próximo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Pra pensar

"Os homens hesitam menos em prejudicar um homem que se torna amado do que outro que se torna temido, pois o amor quebra-se, mas o medo mantém-se" (Maquiavel, O Príncipe)